Postado na categoria História e Cultura em 16 de outubro de 2019 por Grasi e Luciano
Frida Kahlo é sem dúvida a mais famosa artista plástica mexicana no mundo. Ela se tornou um ícone não só do universo das artes, como também referência de estilo, moda e empoderamento feminino. A Grasi sempre falou da sua admiração pela artista. Então, visitar o Museu Frida Kahlo estava na nossa rota desde que definimos a nossa ida pra Cidade do México.
Frida teve uma vida complicada e difícil, e faleceu com apenas 47 anos. Mas teve tempo de deixar seu nome marcado na história e obras lindas que transitaram por vários estilos artísticos, da Art Naif, passando pelo Surrealismo, Naturalismo e até Cubismo. Cada cômodo da casa/museu conta essa história, que vamos detalhar nesse post.
O seu museu funciona no mesmo endereço onde a artista nasceu, em 1907, em uma bela casa colonial. A Casa Azul, como ficou conhecida, foi construída em forma de U e possui um tradicional jardim no meio.
A casa fica em Coyoacán, bairro onde a artista nasceu que era um subúrbio da capital mexicana e se tornou reduto de artistas e intelectuais, na época que Frida pintava. Embora a artista tenha morado em outros lugares da Cidade do México, na Europa e nos Estados Unidos, a Casa Azul foi o local onde ela passou a maior parte da vida, sendo também o lugar onde ela morreu, em 1954.
O Museu Frida Kahlo faz uma imersão na história de vida da artista, contando cada etapa da sua incrível trajetória e que fez dela uma personagem tão interessante. Alguns fatos marcaram muito a vida de Frida e tiveram grandes consequências também em seus trabalhos como artista. Com apenas seis anos, Frida contraiu poliomielite, que como resultado causou uma grave lesão no seu pé direito – que deu a ela o apelido de pata de palo (perna de pau).
Ainda com vinte e poucos anos, Frida Kahlo sofreu um sério acidente de ônibus e teve graves fraturas na coluna, na perna (11) e precisou passar por diversas cirurgias. Por consequência, ela teve que ficar de cama por bastante tempo, obrigando-a a usar diversos coletes ortopédicos, onde até pintou um deles. Foi justamente durante seu longo tempo de recuperação, que Frida começou a pintar usando a caixa de tintas de seu pai e improvisando um cavalete.
É impossível desassociar Frida de Diego. Ele foi seu marido, seu grande amor e teve grande influência em seu trabalho como pintora. A casa conta histórias dos dois, como viviam e alguns de seus trabalhos.
O pintor muralista Diego Rivera teve um papel importantíssimo na vida de Frida, tanto positiva quanto negativamente. A Grasi até saiu do museu com um pouco de raiva ao saber de detalhes da história deles, haha.
Em 1928, Frida conheceu Diego Rivera, com quem se casou no ano seguinte (quando tinha apenas 22 anos). Sob a influência da obra do marido (que já era um artista famoso), Frida adotou o uso de zonas de cor amplas e simples, num estilo reconhecido como Naif.
Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México. Isso é muito marcante, você vê uma obra e sabe que é mexicana, sabe que é Frida. Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova York e Detroit, com Rivera.
A relação de Frida e Diego foi muito tumultuada, já que os dois tinham temperamento forte e ambos tiveram casos extraconjugais. O artista a traía frequentemente e Frida, que era bissexual, se relacionava com mulheres. Mas depois de alguns anos, Frida descobre que o marido mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.
Após essa outra tragédia pessoal, separa-se de Diego e vive novos amores com homens e mulheres, inclusive com Leon Trotski (foto 2, abaixo). Trotski foi exilado da Rússia e morou no México por quase três anos, vivendo dois deles na Casa Azul. Um cômodo da casa é dedicado a essa parte da vida de Frida.
Em 1940, Frida se casou novamente com Diego Rivera, só que esta segunda união foi tão tensa quanto a primeira – se é que isso é possível. Frida construiu uma casa ao lado da casa em que eles tinham vivido, separada uma da outra por uma ponte. Ou seja, até viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos. Frida nunca teve filhos, mesmo tendo engravidado algumas vezes. O acidente acabou deixando sequelas no útero, que a impossibilitaram uma gestação até o final. Alguns abortos foram tema para pinturas da artista.
Toda a trajetória de Frida, com histórias sobre sua rotina, seus momentos de inspiração e trabalho com as tintas, é contada no museu. A Casa Azul, foi onde Frida nasceu e também foi o local onde a artista passou os últimos anos da sua vida. Durante a visita ao Museu Frida Kahlo você faz uma imersão ao seu universo, vendo a cadeira de rodas, as muletas, as tintas, pincéis, cavaletes, a coleção de livros e os objetos inspiradores.
No estúdio do segundo andar da casa que Frida pintou algumas de suas obras mais importantes. Também no segundo andar, fica outra parte interessante da Casa Azul: os quartos. Ficam ao lado do estúdio o quarto do dia e o quarto da noite. Com camas de madeira onde Frida passava seus dias deitada. Ela ficava se olhando pelo espelho fixado no teto e assim fez os seus famosos autorretratos. O visitante caminha pela cozinha, que tem todos os utensílios originais, pela a sala de jantar – chamada de comedor – com sua mesa amarela. E o quarto que recebeu Trotsky está lá, impecável e perpetuado.
Ao longo do percurso, pudemos ver algumas obras de Frida, como Viva la Vida de 1954 (foto 1, abaixo), Frida y la cesárea, de 1931 (foto 2, abaixo) e Retrato de mi padre Wilhem Kahlo (1952), e também algumas de seu marido Diego Rivera e de outros artistas contemporâneos ao casal.
Quando Frida morreu em 1954, Diego escondeu todos os seus vestidos, aparelhos ortopédicos, joias e sapatos, um total de mais de 300 peças. Era o desejo dele que tudo ficasse trancado por 50 anos. Em 2004, as peças foram encontradas trancadas no banheiro de azulejos brancos do quarto de Frida. Atualmente, a maioria das peças está exposta no museu e foram distribuídas em 5 salas.
Em uma das salas estão as próteses, corpetes e aparelhos ortopédicos que acompanharam a artista por boa parte da vida. Na segunda sala, os lindos vestidos de tehuana, a roupa típica de Tehuantepec, terra natal da mãe de Frida e que ela assumiu como estilo. Seguido de peças como botas, sapatos, joias e outros itens pessoais.
A visita à Casa Azul pode ser acompanhada por vídeo-guia, que permite saber mais detalhes sobre as obras de arte e a vida de Frida Kahlo e Diego Rivera. Como as filas costumam ser bem grandes, evite finais de semana e feriados para não esperar muito tempo e/ou compre ingresso antecipadamente pela internet no site oficial: www.museofridakahlo.org.mx. Acredite! Comprar antecipadamente vai valer muito a pena.
Horário: Terça a Domingo das 10h às 17h30 (última entrada às 17h).
Preço: Finais de semana, 220 pesos (+- 38 reais) e de terça a sexta, 200 pesos (+- 35 reais).
Para tirar fotos tem que comprar um “permiso” no balcão interno do museu por 30 pesos (5 reais), vale a pena.
O Museu Frida Kahlo Casa Azul fica na Calle London, n 247, no bairro de Coyoacán, que é um distrito da Cidade do México. Nós fomos de carro com nossa amiga que mora em Cidade do México. Mas você pode ir de Uber ou ir de metrô, sendo que a estação mais próxima é a Coyoacán (linha 3). A estação fica distante 1,5 Km do Museu Frida Kahlo, cerca de 20 minutos a pé. No caminho, você pode passar pela linda Cinemateca Nacional de México, que também vale uma visita, se tiver tempo.
A região também conta com o Museo Casa de Leon Trotsky e alguns restaurantes para comer antes ou depois de visitar à Casa Azul. São lugares simples, tradicionais e com boa comida como o Centenario 107, o La Vienet e El Benefício Café (que é charmoso). O bairro conta também o restaurante Frida, em homenagem à artista, que existe de 1988 e tem uma decoração bem colorida e pratos tradicionais.
Por ali também está o Mercado de Coyoacán, para quem quiser conhecer de perto um mercado de alimentos frescos e artesanato no México, por lá é possível comer no La Cocina de Mi Mamá Coyoacán, ao menos para tomar um café da manhã típico.
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Com carinho,
Grasi e Lu