Valle de La Luna e Valle de La Muerte: O cartão postal do Atacama
No mesmo dia em que fomos às Lagunas Escondidas, fizemos o passeio do Valle de La Luna e Valle de La Muerte, no Deserto do Atacama. E o que é aquilo minha gente? A grandiosidade do lugar com as maravilhas esculpidas pela água e o vento deixaram a gente louco.
Ir ao Valle de La Luna nos dois primeiros dias acaba sendo uma boa estratégia por contribuir com a aclimatação. A altitude por lá é de mais ou menos 2.500 metros. O horário de saída, entre 15h30 e 16h também ajuda. Se for mais cedo, pode ser quente demais.
O passeio tem cavernas, dunas gigantescas, esculturas de pedras, um vale de montanhas. Fomos conhecer também as Três Marias, ver do alto o Anfiteatro, visitamos mirantes e paramos para apreciar o pôr do sol no final do dia.
Sobre o local e nosso guia
Para este tour nosso guia foi o empenhadíssimo Francisco, saudoso Chico. É difícil falar qual foi o cara mais legal que nos atendeu por esses dias, mas sem dúvidas ele se destacou. Sempre tinha alguma informação interessante sobre a geografia do local, uma curiosidade e estava sempre preocupado com nosso bem estar.
O Vale da Lua faz parte da Cordilheira de Sal e se parece com uma paisagem lunar. A cordilheira que envolve todo o lugar já foi um lago antigamente. Seu fundo foi sendo levantado, pelos mesmos movimentos das placas tectônicas que criaram a Cordilheira dos Andes. O parque cobra um valor de 3.000 CLP para entrar e tem apenas 1 banheiro.
No caminho, paisagens brancas que parecem neve! Na verdade, quando chove o sal sobe deixando o chão e as montanhas brancas quando secam, fazendo esse efeito que parece neve.
E por falar em chuva, no caminho vimos pingos no vidro do carro e isso é raro! Esse é um lugar que chove, mas não nessa época. O Chico nos contou que nas épocas de chuva, no chamado inverno altiplânico, alguns pontos de visitação chegam a fechar. No caso do Valle de La Luna, as Cavernas de Sal são o ponto crítico do período e ficam interditadas de acordo com a previsão do tempo.
Cavernas de Sal
A primeira parada no Vale de La Luna foi nas Cavernas de Sal (Cuevas de Sal). O Chico falou que nós utilizaríamos lanternas, no caso, a luz do celular. Não precisamos destacar isso, mas ter bateria no celular é sempre importante né?
Uma outra coisa que o Chico falou quando estávamos na entrada foi: vocês sabem aqueles bichos que gostam do escuro e ficam pendurados nas cavernas? E aí nós: Sim, morcegos. Tem morcego aí? Aí ele: não tem não, era só pra ver a cara de vocês! Haha.
Logo na entrada vimos que teríamos que fazer algum contorcionismo. Quem tem dor nas costas pode achar um pouco ruim. O caminho é muito legal e conseguimos ver o sal nas paredes. O guia explicou que se você raspar com a unha uma pedra que você imagina ser sal e ela arranhar, é porque na realidade é gesso. É nessa composição de materiais, com argila e clorato que as cavernas foram esculpidas.
“Cuidado com a cabeça!”
Ouvimos as pessoas falarem umas 200 vezes: Cuidado com a cabeça! E não é de graça, pois uma certeza existe: em algum momento você vai bater a cabeça.
O trajeto é curto, mas cheio de obstáculos. Tem uma parte que você precisa se abaixar quase se arrastando no chão, mas dá pra passar sem grandes dificuldades. Eu (Lu) tava de mochila e em alguns momentos ela arrastava na parte de cima. Melhor ela do que as minhas costas né? Nesses lugares fechados, uma parte era quase totalmente escura e foi lá que usamos a lanterna do celular. Eu apanhei um pouco, porque tinha que segurar/proteger a câmera, segurar a lanterna e ainda tinha a mochila que atrapalhava um pouco.
Por fim, saímos para uma área aberta onde tivemos que escalar um paredão pra sair por cima do morro. É tranquilo, pois tem apoios e quase uma escada entalhada na pedra, mas é importante fazer devagar. Fomos bem cuidadosos, sempre preocupados em tomar bastante água e não forçar demais. Enfim, foi bem tranquilo e estávamos ansiosos para a segunda parte.
Trekking Achuches
A sequência do passeio foi um trekking. Esse pode ser um pouco mais puxado, mas não se preocupe que o guia oferece duas opções. Uma delas mais curta, que vai diretamente a um dos mirantes e outro mais longo que foi o que a gente fez.
O início das duas trilhas é o mesmo e ali nos separamos. A Júlia e Douglas, do Me leva de Leve foram para um lado e nós subimos para iniciar o até então preocupante trekking de quase 2 Km e de dificuldade moderada. A gente tava com aquele medinho da altitude e do clima seco. Enfim, uma preocupação exagerada, mas necessária para garantir o bom andamento da viagem que estava só no início.
Demos uma acelerada pra distanciar de um grupo maior que viria logo atrás e poderia dar uma “poluída” nas nossas fotos. Fazíamos paradas a cada momento para hidratar e fotografar. Cada parada deixava a gente de boca aberta! Esse é daqueles tipos de lugar onde você se sente pequeno. Tudo lá é tão grande, que quando não tem uma pessoa aparecendo na foto, fica até difícil passar a dimensão do que tentamos mostrar.
Anfiteatro, Cratera Central e Duna Maior
Um dos primeiros locais que paramos, foi para fotografar o Anfiteatro, um paredão de pedra alaranjado e muito alto. O nome é dado pelas características da formação geológica, parecida com uma arena. Até então tínhamos visto ele apenas debaixo, pois passamos de carro ao lado.
Logo à frente, mais uma parada para avistar a Cratera Central, um espaço cercado de paredões. É como se fosse uma gigantesca cratera vulcânica. O cenário é lunar mesmo!
Adiante ficamos ao lado da Duna Maior, que chama a atenção por ser uma montanha de areia cinza em meio às pedras de cor marrom, bege e laranja. O Chico nos contou que até pouco tempo atrás era possível andar por cima dela, mas para preservar e deixar o visual mais bonito para fotos, ficou proibido caminhar sobre ela. Atrás dela, estão formações pontiagudas diferentes de todo o restante, esculpidas pela água e vento.
Continuamos nossa caminhada. Em alguns momentos deixávamos a câmera com o Chico que gentilmente fazia fotos pra gente. Uma hora ele falou: aqui dá pra vocês fazerem uma foto pulando. E pá, lá vai nós dar 398 pulos até ter uma foto como essa.
No retorno…
Já retornando, descemos de um lado dos morros e voltamos a subir para chegar ao último mirante, que oferecia uma vista ampla do Vale da Lua. Caminhamos de volta e encontramos a Júlia e Douglas, que contaram que tiveram a companhia de um cachorro do início ao fim da trilha. Ele até ajudou eles a não se perderem no caminho.
Aliás, cachorros tem aos montes e eles são muito bonitos. Eles vivem soltos por San Pedro de Atacama, inclusive aqueles que tem donos. E não é difícil encontrar cães de raça, que por algum motivo, seus donos abandonaram. Eles fazem companhia para os turistas e são tratados pela população local. Dá vontade de levar pra casa!
A paisagem é realmente linda com um marrom alaranjado que predomina na paisagem, lembrando os livros da escola, quando a gente estudava planetas, em especial Marte. Nas épocas de chuva o sal aflora e a cordilheira fica inteirinha branca.
Três Marias e Mirador de Kari
Voltamos pro carro e fomos um pouco mais à frente até as Três Marias. Essa formação de pedras no meio do nada chama a atenção e virou ponto de parada pra quem vai até lá. O Chico contou pra gente que uma das três pontas foi quebrada por um retardado que subiu na pedra e estragou a formação. Só matando um ser desse né? Aliás, ouvimos em outros lugares histórias bizarras de turistas que se excederam e causaram estragos, alguns deles infelizmente brasileiros.
Depois disso, fomos de carro pra mais um lugar, o Mirador de Kari. Esse é um mirante natural que oferece vista para praticamente todo o Valle de La Luna. É gigantesco e lá temos a certeza de que aquilo é outro planeta. Haha Sério, ainda não fomos pra Marte e pra Lua, mas deve ser bem parecido. Eles contam por lá que a Nasa realizou no Atacama testes para veículos projetados para rodar em Marte. Não dá pra duvidar né? Pegamos o sol começando a se pôr e trazendo cores para o céu. Porém, o pôr do sol estava programado para outro local.
Pôr do Sol no Valle de La Muerte
O Valle de la Muerte era o local escolhido para um coquetel no pôr do sol. Os passeios da Araya Atacama sempre contam com coquetéis e/ou refeições mais completas. Aquele final de dia seria bem legal no Vale da Morte!
“Vale da morte”, esse nome sempre nos deixou intrigados e fomos pesquisar pra entender melhor. Ele recebeu esse nome devido à péssima pronuncia de um cientista francês que queria chamar o lugar de Valle de Marte. Outra possibilidade é que o nome se deve ao fato de muitas pessoas no passado se perderem no deserto e acabarem morrendo por ali. Preferimos pensar que foi culpa do francês.
Abaixo um resumo do que é mais importante para esse passeio:
Distância de San Pedro do Atacama: 15 Km
Duração: meio período (somente a tarde)
Altitude máxima: 2.400m
Ingresso: 3.000 pesos chilenos (Valle de La Luna)
Visitas: Cordilheira do Sal, Trekking no Valle de La Luna, Anfiteatro, Mirador de Kari, Três Marias, pôr do sol no Valle de La Muerte.
O que levar: Muita água (levamos em média 1,5 litro por pessoa), protetor solar, boné, bota de trekking ou tênis e casacos (para o final da tarde). Durante o dia é quente (manga curta por baixo).
Incluído no passeio com Araya Atacama: coquetel no pôr do sol
Imperdível! Esse passeio é proibido perder. Se você vai ao Atacama, tem que fazer e pronto. Afinal ele é o cartão-postal desse destino.
Quer mais? Confiras as imagens que fizemos durante esse passeio. Tá lá no nosso canal do Youtube!
Mais sobre o Atacama e o projeto De Leve na Rota no blog Me Leva de Leve. Siga também a tag #delevenarota no Instagram.
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Com carinho,
Grasi e Lu
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